Abordagem hipermidiática de problemas filosóficos

Título: Abordagem hipermidiática de problemas filosóficos.

Tema: Variado.

Objetivo: Manipular conceitos através da experimentação de problemas em recursos do cotidiano e da criação de mídias digitais.

Referências: O processo de fundamentação e construção desta atividade é encontrada clicando aqui.

Tempo estimado: Três períodos de 50 minutos cada.

Procedimentos:

Está atividade foi elaborada para ser executada em três períodos, sendo as duas primeiras etapas descritas abaixo executadas no primeiro dia, a terceira etapa no segundo dia e a quarta etapa no terceiro e último dia. Esta atividade não exige uma preparação prévia dos estudantes, podendo servir para a introdução de novos conteúdos. É essencial que o professor assuma uma postura de curador de informações, não oferecendo resistência ao pleno exercício da liberdade exploratória dos estudantes. Também é importante que o docente acompanhe o processo, tensionando e provocando os achados, tanto no que se refere aos conceitos quanto ao uso da tecnologia. Não há motivos para espanto quanto ao tempo de exposição da etapa inicial, pois se houver o devido acompanhamento e personalização da explicação nos grupos, todas as dúvidas serão sanadas. Para a realização desta atividade é necessária a utilização de computadores com acesso a internet, para a realização das buscas e das criações das mídias. Segue abaixo a descrição das etapas.

 (1) Inicialmente é realizada uma breve apresentação do problema filosófico e dos conceitos que o permeiam. A proposta é que seja uma introdução superficial, fornecendo o mínimo para que os estudantes possam se situar em relação ao conteúdo. Para isso, o professor pode se valer da lousa para pequenos apontamentos, mas deve priorizar o diálogo, a fim de melhor sensibilizar os estudantes e avaliar se o mínimo de compreensão foi atingido. É importante que o professor evite fornecer exemplos durante sua explicação, para não direcionar as buscas a serem realizadas na segunda etapa. Em certo sentido, aqui ainda vigora a compreensão tradicional do ensino de Filosofia, porém essa é apenas uma das etapas do processo, não determinando o todo da prática. Alcançado o objetivo esperado, que deve demorar no máximo 15 minutos, avança-se à próxima etapa, a qual serve de ponto de virada na compreensão de ensino de Filosofia, operando a transição entre o ensino tradicional e o digital.
(2) Essa transição consiste em desafiar os estudantes para que busquem evidências do conteúdo recém apresentado no ciberespaço, isto é, em filmes, séries, redes sociais, jogos, plataformas de vídeos, blogs e jornais. Em grupos, os estudantes escolhem uma dessas categorias e passam a explorar o recurso através do computador ou celular, discutindo entre si e com o professor para verificar a aderência dos achados ao conteúdo recém exposto. As dúvidas que surgem são resolvidas na relação de troca entre pares e com o professor, oportunizando a construção do conhecimento. Com isso, se consolida um ambiente propício à experimentação e ao diálogo, em que, por meio da tentativa e do erro, cada um pode perceber os limites de sua compreensão e o que fazer para expandi-la. Nesta etapa, parte-se dos hábitos dos estudantes para a indicação da participação da Filosofia no mundo, tornando mais claro o caráter concreto do fazer filosófico. Dessa forma, fica mais evidente o porquê do filosofar, bem como sua importância frente ao mundo. Por fim, essa etapa está programada para durar até um período, podendo ser aberta a possibilidade de os estudantes terminarem a pesquisa em casa.
(3) Encontradas as evidências da manifestação dos conceitos no ciberespaço, os grupos devem eleger uma delas para realizar a publicização através de um produto, que poderá ser um podcast, vídeo, infográfico, mapa mental ou hipertexto. Se a segunda etapa corresponde à experimentação do problema, esta etapa é a de criação conceitual. Ou seja, a proposta aqui é de que os estudantes manipulem os conceitos e os situem em seu plano de imanência por intermédio de outras formas de expressão, de mídias próprias do ciberespaço, integrando os recursos digitais ao fazer filosófico que desempenham. Esse tipo procedimento é próprio do mundo virtual, que torna sensíveis as relações mais abstratas, dando a compreender as obscuridades por meio de imagens. Caso um grupo opte por realizar podcast ou vídeo, os estudantes utilizam os dispositivos de captura de som e vídeo (que pode ser um celular) para apresentar qual evidência foi escolhida e porque essa evidência melhor responde ao problema proposto pelo professor. Ao todo, os estudantes têm que limitar sua produção a dois a três minutos. Caso escolham um infográfico ou mapa mental, os estudantes poderão acessar plataformas na internet ou programas de edição de imagens, para também apresentar sua evidência. Caso o grupo opte por hipertexto, os estudantes devem criar um site ou blog apresentando sua evidência. Para essa etapa também está programado um período de atividade, com os estudantes podendo fazer suas criações em sala ou no pátio da escola.
(4) A última etapa é a de troca, em que é feita a síntese do que foi encontrado e produzido pelos grupos. É o momento em que a turma deve convergir num processo cocriativo, para definir qual a evidência mais aderente ao conceito e qual sua melhor forma de publicização. Para isso, são projetadas e compartilhadas as produções e, na sequência, aberto um espaço de diálogo para a discussão dos resultados. É aqui que o professor pode consolidar o conhecimento, tirando as últimas dúvidas que tenham restado, garantindo que os estudantes tenham se apropriado suficientemente dos conceitos trabalhados. Enfim, esta etapa está programada para ser executada em um período.

Com esta proposta apresentamos uma alternativa para a integração entre as tecnologias digitais e o ensino de Filosofia para além do aspecto meramente instrumental, isto é, sem se valer da tecnologia como mero recurso pedagógico. Operando, assim, uma transição de um modelo baseado no conteúdo, valendo-se de recursos para a sensibilização, para outro baseado na interação e na indissociabilidade do conteúdo e do recurso.

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