As faces da felicidade

Título: As faces da felicidade.

Tema: Felicidade.

Objetivo: Compreender o conceito de felicidade e sua relação com os modos de ser e estar dos sujeitos.

Conceitos relevantes: Para Baumam a felicidade está atualmente relacionada com uma falsa alegria vinculada ao consumo, incutida de forma intrínseca nas pessoas e marcada pelo rápido desvanecer. Já para Epicuro, o conceito de felicidade é hedonista, isto é, está vinculado à maximização do prazer. A felicidade é o estado caracterizado pela ausência de sofrimento (aponia) e pela imperturbabilidade da alma (ataraxia), estados somente alcançados pela razão que julga adequadamente entre os prazeres.


Referências bibliográficas:

BAUMAM, Z. A arte da vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahaer, 2008.
BAUMAM, Z. A sociedade não individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro: Zahaer, 2008.
BAUMAM, Z. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahaer, 2004.
BAUMAM, Z. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Zahaer, 2007.
REALE, G; ANTISERI, D. Historia da filosofia: antigüidade e idade média. São Paulo: Paulus, 2003.
SILVA, R. B.; SANCHES-JUSTO, J. Notas sobre “A Arte da Vida” de Zygmunt Bauman. Revista Espaço Acadêmico, v. 11, n. 125, p. 10-16, 2011.


Tempo estimado: dois períodos de 50 minutos cada.


Procedimentos:

O primeiro encontro constitui-se como um debate, em que o professor propõe, inicialmente, o problema da Felicidade a partir do pensamento de Zygmunt Bauman, trazendo a reflexão de como devemos agir diante de uma sociedade totalmente imediatista e individualista, que adoece a todos pela ânsia de um sistema agressivo de consumo, tornando as relações líquidas por seu rápido esvaecimento. Faz essa proposição valendo-se da lousa para explicações e esclarecimentos, buscando resgatar a opinião dos estudantes, podendo assim situar os conceitos na experiência cotidiana de cada um. Exemplos podem ser utilizados, bem como imagens e vídeos para sensibilizar os estudantes à proposta de discussão, fazendo com que experimentem o problema filosófico por trás do processo de fluidificação das relações, evidenciando como a felicidade se torna fugaz e transitória na contemporaneidade.

A seguir, é feito um contraponto a partir do pensamento de Epicuro de Samos, pensador do período tardio grego, que, por sua vez, defendia que o ser humano deveria buscar a felicidade evitando a perturbação e o sofrimento que esta implica. Para Epicuro o máximo prazer seria caracterizado pela ausência de dor física e pela imperturbabilidade da alma, estados somente alcançados pela razão que julga entre os prazeres que não comportam dor e perturbação, rejeitando os prazeres momentâneos que geram sofrimento futuro. Aqui, a ênfase deve ser na proposta de uma resposta ao excesso de movimento e instabilidade causado pelos avanços da máquina capitalista, que torna acelera processos e torna o significado das experiências da vida fugazes e fluídos. Evidente que esta não era uma preocupação direta, porém os conceitos de Epicuro podem ser adaptados justamente porque propõem uma desaceleração do movimento, apelando a imperturbabilidade da alma e a busca de um estado de ausência de dor. Com estes dois autores é fornecido um panorama social e individual da questão da felicidade, ao mesmo tempo em que se contrapõe uma perspectiva antiga e uma contemporânea, oportunizando um debate baseado no contraditório, tensionando as opiniões e demandando tomadas de posição.

O segundo encontro trata-se de trabalhar os conceitos discutidos previamente através de uma perspectiva estética por meio dos recursos digitais. Nessa etapa os estudantes divididos em grupos se utilizarão de aparelhos celulares para produzir imagens panorâmicas através de suas câmeras, isto é, imagens de grandes proporções que são resultado do processamento de dados realizado pelo celular, em que são tomadas diversas fotografias, as quais são digitalmente unidas para formar uma única imagem com um volume maior de informações. Para a proposta desta atividade, um ou mais estudantes deverão se organizar para aparecerem em ambos os lados da imagem panorâmica, expressando em um dos lados o que seria a felicidade e no outro a infelicidade. Para isso, o processo de captura deve ser iniciado com os estudantes posicionados em um dos lados da imagem, conforme avança a captura da imagem, os estudantes dão a volta por trás do fotógrafo e se posicionam no outro extremo da imagem, garantindo assim que apareçam duas vezes na mesma fotografia. Nesta etapa os estudantes podem utilizar o pátio da escola para produzirem suas fotos, garantindo que tenham o espaço suficiente para a preparação das imagens.

Como fechamento da atividade será montada uma galeria online onde os estudantes poderão conhecer as criações dos colegas, bem como apresentar para os pais e amigos os seus próprios trabalhos.

Materiais de apoio: Celulares com modo de fotografia panorâmica.

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